Quando estão no ensino fundamental, os estudantes têm um caminho claro a seguir: se comportar em sala, tirar boas notas e passar de ano. O papel dos pais basicamente se resume a escolher uma boa escola que tenham condições de bancar e ficar no pé dos filhos para que tenham um bom aproveitamento no colégio.
A situação se complica quando chega a hora de escolher a faculdade, pois são muitas decisões e planos a se fazer. Turbilhões de pensamentos passam pelas mentes dos estudantes. Que curso eu quero fazer? Qual vestibular eu devo prestar? Será que eu consigo estudar em outra cidade longe da minha família? Qual faculdade devo escolher? Será que é a hora certa de entrar na faculdade?
O ingresso no ensino superior é realmente delicado e exige muita maturidade. Segundo dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), em 2016 quase 3 milhões de pessoas começaram a faculdade e pouco mais de 1 milhão de alunos concluiu o curso superior, o que representa 39,2%.
A psicóloga Márcia Carneiro tem 15 anos de experiência na área de orientação pedagógica e izque o surgimento desses questionamentos é comum e devem ser feitos. O diálogo nas escolas e com os pais também são fundamentais para uma decisão futura consciente.
“O aluno precisa saber o que ele quer fazer e aonde quer chegar. Ajuda-lo a entender que existe um universo de possibilidades, que pode fazer escolhas, que pode sonhar alto e se planejar, facilita muito a vida dele”, afirma Márcia.
A orientadora destaca ainda que a escolha da faculdade não deve ser feita com base na idade ou na série. Muitas vezes o jovem só terá capacidade para se decidir quando passar por várias experiências e cada um tem o seu tempo de amadurecimento.
“É complicado falar em idade, porque depende muito do repertório do aluno. Algumas famílias tem estrutura e possibilitam situações para que o jovem escolha o curso com propriedade, mas sem sempre é assim ”, aponta.
Márcia afirma que o ensino médio é um momento propício para que o aluno comece a entender coisas sobre si, mas o momento certo de fazer a escolher a faculdade é quando ele compreende de fato quem é e entende o que faz bem pra ele.
“Tem aluno que já está preparado no primeiro ano do ensino médio, outro que já vem do fundamental decidido e tem aluno que chega no terceiro ano e não ainda não consegue escolher”, comenta.
Gabriela da Costa Bonato tem 16 anos e está no terceiro ano do ensino médio no colégio Planck em São José dos Campos. Ela já está decidida sobre o curso que pretende cursar: psicologia. A estudante conta que antes queria medicina, mas mudou a escolha após muitas conversas com a orientadora vocacional.
“Eu nunca tinha pensado em psicologia. Eu sempre quis muito ajudar os outros e percebi que é uma coisa que me possibilita muito a escolher psicologia”, relata Gabriela. Ela está se preparando para o vestibular da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e da USP (Universidade de São Paulo).
Ela comenta que até tem um plano “b” caso não passe em nenhuma das duas universidades, mas diz que neste ano está muito empenhada e focada nos estudos. “Se a gente se prepara para o alto, fica mais fácil de alcançar”, afirma a aluna.
O papel dos dos pais: as finanças
A mãe de Gabriela, Diana da Costa Bonato, 40 anos, afirma que a família está se preparando para o curso superior da filha desde o seu nascimento. “Quando a Gabi nasceu, meu marido fez uma previdência pra faculdade dela. A gente se preparou durante esses 16 anos para que quando chegasse a hora, pudéssemos deixar ela mais tranquila para escolher”, relata Diana.
Breno Bertone tem 17 anos, é aluno do colégio Alpha Lumen, e também cursa o 3º ano do ensino médio. O adolescente tem sonhos altos: quer cursar Ciência da Computação no MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos Estados Unidos.
Diferente da família da Gabriela, a de Breno não conseguiu se preparar financeiramente por conta do desemprego. “Tivemos problemas financeiros ocasionados pelo motivo de desemprego e tivemos que priorizar outras decisões”, justifica a mãe, Luana Gomes Bertone, 36 anos.
A aposta da família é em bolsas e programas de estudos. Breno relata que pesquisou bastante e descobriu que é possível conseguir auxilio financeiro em diversas universidades tanto nos EUA, quanto no Brasil. Além disso, conta Breno, o Alpha Lumen planeja criar um fundo para dar suporte aos alunos e ex-alunos.
E caso passe em alguma universidade fora do país, Breno pretende se esforçar para conseguir um trabalho para arcar com as despesas dos estudos. “Pretendo ter um dos empregos oferecidos pela minha universidade dentro do campus, e permanecer nele pelo tempo semanal máximo permitido nos EUA”, afirma o aluno.
Não nos planejamos com antecedência, quais são as alternativas?
Dependendo das possibilidades financeiras da família, dependendo da renda per capita, as bolsas de governo poderão ou não ser aproveitadas. Alguns dos programas são o ProUni (Programa Universidade para Todos), o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e o Sisu (Sistema de Seleção Unificada), que é destinado ao ingresso em universidades federais.
Caso ingresse em uma universidade pública, o estudante poderá também buscar bolsas de auxílio financeiro para famílias de baixa renda.
A família pode também buscar os financiamentos estudantis, como o Fies (Financiamento Estudantil) do Governo Federal ou outros programas da iniciativa privada.
FONTE: METRÓPOLE
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